Montemor-o-Velho
A 23 de Abril de 1866, a Câmara teve conhecimento que, por ocasião da morte do Conde de Ferreira , este havia deixado “144:000.000 reis para construcção de casas d’eschola na cabeça do concelho” e “accordou pedir aos testamenteiros a quota respectiva para a construcção da casa da eschola obrigando-se a Camara a dar o terreno para a casa” .
Iniciadas, desde logo, as diligências com o Administrador do Concelho e com o Governo Civil, a 27 de Outubro de 1866 a Câmara recebeu um ofício deste último a remeter a planta do edifício e a lembrar a obrigatoriedade de construção da escola conforme a mesma, ao que deliberou responder que “[…] se obrigava a fazer a obra projectada conforme a planta […]” . No entanto, apenas a 19 de Janeiro de 1867, é que recebe a confirmação da atribuição de 1:200$000 reis para a construção.
A arquitectura do edifício foi, também ela, claramente definida: uma planta rectangular, com um telhado de duas águas e cercada por um muro de suporte e gradeamento em ferro com dois portões. A fachada, elemento privilegiado do edifício, era constituída por janelas rectangulares, rodeadas de cantarias, e uma porta principal, sobre a qual existiriam duas epígrafes: “24 de Março de 1866” e “Conde de Ferreira” e, acima destas, uma torre sineira. A escola Conde de Ferreira de Montemor-o-Velho, construída segundo este modelo, tinha e tem, por baixo da segunda epígrafe mencionada, a inscrição “ e Câmara Municipal de Montemor-o-Velho ”.
Foi inaugurada a 6 de agosto de 1870. Em 1912, encontrava-se em completa ruína, tendo sofrido obras de grande vulto. Manteve-se em pleno funcionamento até à década de 60 do Século XX, altura em que foi concluída a construção da escola primária, no âmbito do Plano dos Centenários. Ainda hoje, a Escola Conde de Ferreira, mantém a sua funcionalidade educativa, acolhendo, desde 28 de Fevereiro de 1977, o Jardim-de-infância da Associação Fernão Mendes Pinto.