O Município de Montemor-o-Velho celebrou o dia internacional da Mulher junto dos jovens e das jovens de três turmas do 9º ano do agrupamento de escolas de Montemor-o-Velho, numa ação que pretendeu informar, alertar, mas também chocar e desafiar. “O repto que o Município hoje aqui lança é que cada um de vós dê a cara pela igualdade, de forma acérrima, com convicção, pois só assim conseguiremos contribuir para a evolução da nossa sociedade”, incentivou a chefe do gabinete do Presidente da Câmara, Diana Andrade.
A ação, que contou com a apresentação de um conjunto de trabalhos académicos sobre a evolução histórica das diferenciações entre homens e mulheres, os números da violência na última década e dos crimes contra crianças e jovens, e uma brilhante representação de uma situação de violência doméstica contra as mulheres realizados pelos alunos e pelas alunas dos 9º A, B e C do agrupamento de escolas montemorense, foi ainda marcada pela participação de Carla Violante e Marta Santos que falaram da importância deste dia.
Comentando a necessidade e o privilégio de "falar para gente nova e especialmente para esta geração que tem tudo para dar e para deixar uma marca do ponto de vista humanitário", Carla Violante, psicóloga clínica e psicoterapeuta, não esqueceu os continuados ataques e ridicularizações ao dia internacional da mulher. "Por mais que embrulhemos em folclore e purpurinas este dia, a verdade é que continua a haver gente com teimosia suficiente, como é o caso do diretor do agrupamento e do presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, para ir contra a corrente e que conferem a este dia a dignidade e a importância que lhe é devida”, reforçou. Acentuando a necessidade do dia internacional da mulher, a presidente da Associação Genius e coordenadora do Movimento Cívico Nós Mulheres, denunciou alguns exemplos chocantes das desigualdades que, ainda hoje, assistimos perante as mulheres, como o facto da violência contra as mulheres ser a maior causa de morte e invalidez entre mulheres dos 16 aos 44 anos. "Se não nos chocarmos com isto e se não acharmos que isto justifica a existência de um dia internacional da mulher não sei o que justificará. Este é o vosso papel. Chocarem-se com isto, perceberem que é humilhante, que não é justo. E agir”, concluiu.
Relatando 25 anos de experiência e trabalho “em prol do desenvolvimento, da igualdade e da cidadania”, também Marta Santos, da Associação Fernão Mendes Pinto, incentivou os jovens a lutar ativamente por uma sociedade melhor e mais justa e, dando conta que “a realidade muda muito lentamente”, incitou a agir: “está nas mãos de todos nós”. Pegando no desafio, Diana Andrade reiterou “a disponibilidade da Câmara Municipal para colaborar nestas temáticas e para efetivamente fazermos a diferença na nossa sociedade, junto destes jovens que são o futuro”.
A chefe do Gabinete do Presidente deixou ainda rasgados elogios ao diretor do agrupamento por “aceitar os nossos desafios”, às professoras “que tendo tantas temáticas a abordar agarraram nesta da igualdade de género e juntamente com os alunos apresentaram estes trabalhos excelentes”, aos alunos “que hoje fizeram a diferença na celebração deste dia no concelho de Montemor-o-Velho” e “às trabalhadoras do Município que contribuem diariamente para a concretização de todos estes projetos”. No final, convidou a plateia a ser embaixadores e embaixadoras da inclusão, a fortaleceram a cidadania, a respeitarem as diferenças praticando a igualdade, dando a cara por ela.