Abastecimento de água e saneamento: Mira, Montemor-o-Velho e Soure na dianteira

Os Municípios de Mira, Montemor-o-Velho e Soure "vão na dianteira” ao delinear um novo futuro, "com uma sociedade Intermunicipal com capitais 100% titulados pelas autarquias", para o abastecimento de água e saneamento de águas residuais. As palavras são de João Matos Fernandes, ministro do ambiente, que, esta tarde, se juntou aos três presidentes de Câmara no Centro Náutico de Montemor-o-Velho para a apresentação pública da empresa intermunicipal ABMG - Águas do Baixo Mondego e Gândara, EIM, SA.
Emílio Torrão acredita que se está "a dar à história a oportunidade de fazer história nestes três concelhos". Visando a gestão conjunta dos sistemas de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais, a constituição desta empresa “só é possível porque existem três presidentes de câmara que assimilam os valores do municipalismo português em toda a sua plenitude e que sabem gerir os interesses dos seus munícipes de forma altruísta, supra partidária, e graças à vontade das maiorias que sustentam estas deliberações que já foram tomadas nos diversos órgãos autárquicos”. Não sendo fácil “abdicar de uma situação em que se está e se acredita, em que até vamos sobrevivendo com alguma dignidade”, o autarca montemorense acredita que "unidos podemos fazer mais e melhor pelos nossos Municípios”, garantindo, no futuro, “o tarifário que os seus munícipes pretendem e merecem". 
Referindo que “o caminho não tem sido sempre fácil”, uma vez que, apesar dos objetivos comuns, estão a lidar com os objetivos individuais de cada município, o presidente da Câmara Municipal de Mira 
acredita a “100% nesta empresa intermunicipal”. “Obviamente que na política como na vida, é preciso ter coragem e tomar decisões por vezes difíceis. Eu, como os meus colegas presidentes de Câmara, defendo que esta é a melhor solução” para Mira, Montemor-o-Velho e Soure, assumiu Raul Almeida. De facto, integrar os três sistemas municipais vai tornar o abastecimento de água e saneamento de águas residuais mais eficiente, vai permitir aumentar o poder negocial e conseguir mais investimento. “Isoladamente não o conseguiríamos fazer”, concluiu.
A grande ambição dos três autarcas é criar uma ETA, estação de tratamento de águas, e fazer a grande captação do canal do Mondego, que dará aos Municípios envolvidos uma capacidade de reserva. Acreditando que “hoje estamos mais fortes”, Mário Nunes, presidente da Câmara Municipal de Soure, enumerou os 3 “principais vetores: a mudança de paradigma de gestão, a escala que ganhamos e o futuro”. “Estamos a apostar no futuro e na sustentabilidade”, reforçou e deixou a porta aberta para “outros municípios que, confinantes geograficamente ou não, queiram aderir a esta empresa intermunicipal”. 
Garantindo que Mira, Montemor-o-Velho e Soure fizeram sempre as perguntas “sem medo nenhum das respostas”, Matos Fernandes revelou ser “inevitável que, muito em breve, o Ministério do Ambiente não financie projetos em sistemas deficitários”. O Ministro do Ambiente acredita que "o perpetuar no tempo de sistemas que estão desequilibrados do ponto de vista económico-financeiro só tem uma consequência que é a degradação do serviço, com tudo o que isso tem de mal para quem mora nessas terras e obviamente gerando uma grande preocupação ambiental para todos nós". “É por isso que estes três Municípios fizeram mesmo a pergunta certa sem ter medo da resposta. Tomaram uma decisão que nunca é uma decisão fácil e agora têm um projeto que vai ser bem sucedido e que tem todas as condições para chamar mais autarcas a este desafio”, concluiu o governante. 

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