O concurso público para a empreitada de construção da nova Ponte do Paço foi hoje (12 de fevereiro de 2019) lançado, numa cerimónia que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Município Coimbra. Os presidentes das Câmaras Municipais de Coimbra e Montemor-o-Velho, Manuel Machado e Emílio Torrão, respetivamente, assinaram o acordo de execução para uma obra que tem um custo estimado superior a 400 mil euros e um prazo de execução de 330 dias.
A empreitada, que vai ser financiada pelas autarquias em partes iguais, vai permitir resolver o problema antigo de estrangulamento do trânsito. A nova estrutura, que liga Arzila (concelho de Coimbra) a Pereira do Campo (concelho de Montemor-o-Velho), vai ser construída ao lado da atual, mas vai ter duas vias para automóveis e passeios para peões.
“Hoje estamos a fazer história com uma pequenina ponte, no limite do concelho de Coimbra, que vai servir milhares de pessoas”. As palavras são de Emílio Torrão que destacou que “esta é uma obra a pensar nas pessoas” não apenas dos concelhos de Montemor-o-Velho e de Coimbra, mas também de outros concelhos que utilizam esta via com regularidade. Para além de servir milhares de pessoas diariamente, a obra tem também uma grande preocupação ambiental, servindo para "diminuir a mortalidade de muitos animais do Paul de Arzila", como as lontras e os sacarrabos, reforçou.
O autarca montemorense elogiou Manuel Machado por ser “um homem que sabe assumir o bom costume de ser livre e de poder escolher as obras que entende, e que, ao escolher esta obra, (...) está a dizer a muita gente que é um verdadeiro democrata, um verdadeiro republicano, e, sobretudo, que merece ser presidente da Associação Nacional de Municípios, porque efetivamente representa por inteiro o municipalismo português, porque o municipalismo português é aquele que defende os interesses das pessoas e que pensa genuinamente no bem-estar das pessoas”.
Respondendo “a quem não acredita nesta obra”, Emílio Torrão salientou que não promete nada que não possa cumprir e garantiu: "prometi esta obra porque acredito em si (Manuel Machado)".
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra salientou que esta é uma "aparente pequena obra", mas que resulta de "um esforço enorme de muitos homens e mulheres do Mondego", que fizeram "o que é preciso para servir as pessoas". "Desde 1990 que muitos tentaram executar este projeto, mas nunca conseguiram, e agora será mesmo efetuado", destacou.
Recordando a "longa história” da Ponte do Paço, Manuel Machado realçou que, já ao tempo da construção da primeira ponte de pedra, a 5 janeiro de 1699, a Ponte "tinha (e tem) uma importância para o eixo viário regional, pela comunicação com a cidade de Coimbra". "Era uma via estruturante à época e essa foi uma das razões para mantermos a ponte velha para que possa ser utilizada como miradouro e travessia pedonal”, acrescentou. O autarca de Coimbra salientou ainda que "o nosso Rio Mondego tem a qualidade ímpar que tem, pelo esforço das autarquias e freguesias ribeirinhas. Um recurso natural valiosíssimo, que deve ser bem tratado, dando-lhe utilização a benefício das nossas comunidades".
Recorde-se que o reconhecimento de “relevante interesse público” do projeto de construção da nova Ponte do Paço por parte da secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, publicado em Diário da República a 16 de janeiro de 2019, foi decisivo para o avançar do acordo firmado entre os Municípios de Coimbra e de Montemor-o-Velho.
A empreitada vai ser suportada financeiramente pelas duas autarquias, no âmbito de um acordo intermunicipal que os dois presidentes de Câmara assinaram em junho de 2017. “Face ao facto de não existir alternativa viável, rápida e segura, o Município de Montemor-o-Velho e o Município de Coimbra consideram a construção da nova Ponte do Paço, uma obra estratégica e imprescindível para a circulação rodoviária dos seus munícipes, para o bem-estar das suas populações e desenvolvimento económico e social dos concelhos”, pode ler-se na minuta do contrato administrativo assinado pelos dois autarcas. O documento estabeleceu, ainda, que Montemor-o-Velho ficaria responsável pelo projeto de execução da nova ponte e respetivos estudos geotécnicos e hidráulicos e que Coimbra ficaria responsável pelo projeto de acessos viários à nova ponte.
A nova Ponte do Paço, que vai ligar os concelhos de Montemor-o-Velho e Coimbra, entre Pereira a Arzila, tem cerca de 14 metros de vão entre eixos, 10 metros de perfil transversal e de superestrutura pré fabricada. Graças às duas faixas previstas no projeto, esta infraestrutura vai permitir um normal fluxo do trânsito, solucionando o estrangulamento viário que diariamente condiciona a circulação de milhares de veículos entre os dois concelhos. A ponte atual vai ser desativada ao trânsito, mantendo-se como pedonal e ciclável.