Mas não é tudo. Além de termos honrado os compromissos assumidos anteriormente, este Executivo não gerou dívida, o que torna exequível, agora, implementar este instrumento de gestão financeira”, reforçou o edil montemorense.
Com críticas à “gestão ruinosa feita no passado”, Emílio Torrão sublinhou que “o município e os munícipes deste concelho não podem sobreviver sem que se resolvam as dificuldades financeiras criadas por uma gestão, no passado, pouco criteriosa e pouco responsável”.
Ao referir que “o documento assinado no passado era absolutamente impraticável, irresponsável e inexequível”, o autarca esclareceu: “Compreendo, naturalmente, o voto de abstenção dos restantes vereadores porque seria talvez o meu voto se não tivesse que resolver os problemas em concreto desta Autarquia e se os munícipes que votaram em mim não exigissem uma solução concreta, objetiva e definitiva deste problema”.
“Porque se impõe uma solução imediata, urgente e inadiável, o Presidente da Câmara e os Vereadores do Partido Socialista votam favoravelmente o documento. Contudo, não deixaremos de pugnar pelos mesmos princípios ideológicos que sempre defendemos e sublinhamos que estes instrumentos de regularização financeira proporcionados por este governo são atentatórios dos mais elementares princípios do municipalismo português, revelando-se absolutamente castradores do progresso, da inovação e do desenvolvimento e afirmação da identidade territorial”, asseverou.
Aurélio Rocha, da coligação “Mais por Montemor”, do PPD-PDS/CDS-PP, reconheceu “a tentativa de redução da dívida por parte do Executivo”, todavia deixou no ar a dúvida se o Empréstimo de Reequilíbrio Financeiro vai ser “a tábua de salvação financeira do Município”. Tendo em consideração o prazo do empréstimo, o vereador refere que “o tempo será o melhor conselheiro” e deixa um apelo: “Tenhamos todos nós a consciência da realidade, demonstremo-lo pois nas nossas ações, nos atos praticados e principalmente nas decisões futuras, no que concerne aos destinos do nosso Concelho que é difícil de gerir, mas não ingovernável.”
Ao fazer um resumo da “história do negócio que vem a esta reunião”, o vereador da CDU, Jorge Camarneiro, começou por referir que “em 2009, após vários mandatos de investimentos mal priorizados, em que foram gastos meios importantes em obras necessárias à população, mas também muitos milhões de euros em despesas não prioritárias, em muitos casos de carácter eleitoralista, a Câmara Municipal foi confrontada com a imposição de sanear financeiramente os compromissos de curto prazo, que não conseguia honrar ”, sendo que “já nessa altura, a CDU, através da minha pessoa, alertou para a necessidade da gestão ser mais criteriosa, avisando que, a não ser assim, dentro de pouco tempo, seríamos seguramente confrontados com novo plano de saneamento!”
Apesar do plano apresentado representar “praticamente a mesma lógica do anterior, com pequenas diferenças de pormenor,” o vereador justificou o voto da abstenção considerando “o interesse superior da estabilização financeira da Câmara Municipal”.
“Entendo abster-me e contribuir desta forma para a viabilização do plano apresentado, mas ficando aqui prometido que manteremos a luta a favor da dignificação e autonomia do poder local democrático”, concluiu.
Fonte: STIC/GAP (24-06-2015)
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