Ao longo do dia, decorre o 14º Seminário da Cooperativa Agrícola do Concelho de Montemor-o-Velho (CACMV), na Quinta do Taipal, subordinado ao tema “A sustentabilidade da Agricultura do Baixo Mondego”.
Na sessão de abertura, José Armindo, presidente da CACMV, destacou a pertinência da temática e, ao apresentar os principais desafios para o sector, defendeu uma atuação em várias frentes fazendo referência, por um lado, “à necessidade da conclusão das obras de emparcelamento, na parte agrícola” e, “para a necessidade do Ministério do Ambiente e do Governo resolverem as questões dos afluentes do Mondego, na parte ambiental".
“Era necessário o desenvolvimento de uma barragem a montante da Aguieira, de modo a que conseguíssemos controlar as cheias, mas também, no âmbito das alterações climáticas, fazermos a gestão da água, de modo a fazer face à sua falta em anos de seca”, reforçou.
Com palavras de elogio à organização, o vice-presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, José Veríssimo, no seguimento dos mais recentes fenómenos climatéricos extremos sentidos no concelho e na região, deu conta dos esforços desenvolvidos pelo Município junto do Governo e deixou antever que “a nova PAC possa vir a ter sistemas de apoio diferentes aos agricultores daqueles que têm existido até ao momento”.
Na ocasião, José Veríssimo destacou ainda “o compromisso e o trabalho árduo do Presidente da Câmara Municipal nas negociações com o Ministro do Ambiente e com o Governo”, tendo permitido “o reforço de 30 milhões de euros de investimento que vão beneficiar o concelho e o Baixo Mondego”, com vista ao desenvolvimento de ajustes à obra hidroagrícola, devido às alterações climáticas, assim como de alguns acessos que não se encontravam no projeto inicial da obra.
De igual modo, o diretor da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), Fernando Alves Martins, ao reiterar que a sustentabilidade se constitui como “um grande desafio para a agricultura”, congratulou-se com a realização do seminário, sendo “uma demonstração de força do setor”.
Ao apontar as dificuldades a ultrapassar e, ao mesmo tempo, as mudanças que se afiguram para agricultura, nomeadamente “com a agricultura de precisão" e com as “plataformas tecnológicas”, Fernando Alves Martins aludiu ainda para a importância das organizações de produtores. No momento, fez referência ao retomar do processo de reconhecimento nas secções do milho e do arroz pela CACMV, desafiou os agricultores montemorenses “a não desperdiçarem a oportunidade”.
O impacto das alterações climáticas na bacia do Mondego, por Flávio Ferreira; a Campanha de Regadio 2020, por António Russo, da ABOFHBM; a apresentação dos resultados do ensaio das variedades de arroz 2019, por António Jordão, da DRAPC; o uso sustentável dos produtos fitofarmacêuticos na cultura do arroz, por Gonçalo Canha, da Lusosem; a Fertilização azotada no âmbito da sustentabilidade ambiental, por Paula Rodrigues e Castro Pinto, da ADP; as Doenças da cultura do milho, por Vasco Salgueiro, da Pioneer; e a Nova PAC pós-2020, os pagamentos diretos, o regime de pagamentos Base e “Greening”, as medidas agroambientais e o regime do trabalhador independente (Segurança Social), por David Jorge, da Confagri, são os temas que vão estar em destaque ao longo do dia 6 de março.