Enquanto ia retificando os temperos da carne da porca, uma espécie rojões, do sarrabulho, e das sopas à lavrador e grão, José Craveiro justificou: “Hoje em dia as pessoas estão sempre cheias de pressa e estes rituais estão a desaparecer”.
No momento de convívio que antecedeu o jantar e que contou também com a presença da adjunta do Presidente da Câmara, Diana Andrade, do presidente da Junta de Freguesia de Tentúgal, Raul Leitão, e de elementos do seu executivo, o responsável lembrou ainda que “a matança do porco era, em primeiro lugar, um ritual de solidariedade com a vizinhança e com os mais pobres e, em segundo lugar, era um ritual que mantinha a união entre os amigos, com aqueles com quem se podia contar mais”.
Enquanto a refeição era preparada ao borralho, sem pressas e com sabedoria, José Craveiro foi explicando que “num tempo em que não existiam frigoríficos, a matança do porco permitia que durante meses se comesse carne fresca”.
“Era uma organização social muito interessante, em que se mantinha a amizade”, assegurou e concluiu: “Estou muito contente com esta iniciativa que contribui para manter viva a alma do povo!”
A recriação da Tradicional Matança do Porco teve a participação de 15 elementos do grupo.
A sessão, que decorreu na Casa do Povo de Tentúgal, ficou concluída com um espetáculo de fado protagonizado por Cláudio Dias e Sara Travassos.
Para dezembro está já pensado um serão dedicado às papas laberças, às azeitonas, à sardinha assada e ao bacalhau.