O concelho de Montemor-o-Velho continua a celebrar Abril e, por ocasião do 50º aniversário desta data tão importante e incontornável do Portugal contemporâneo, viveu um dia que reafirmou a importância de se continuar a cuidar e a lutar pela Liberdade, sem esquecer o mais importante na evocação do passado e da esperança no futuro: as pessoas.
Assim, na Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal, realizada na Praça da República, em frente aos Paços do Concelho, as diversas intervenções dos partidos presentes na Assembleia Municipal e na Câmara Municipal reiteraram o valor e a importância fundamental do poder local democrático, bem como aludiram aos ataques à democracia e à necessidade de concretizar, construir e preservar diariamente os direitos e liberdades que a revolução trouxe e que exigem o compromisso de todos.
Partindo desse pressuposto, o presidente da Assembleia Municipal de Montemor-o-Velho, Fernando Ramos, notou que “a nossa democracia está mais frágil” e que “todos somos convocados no dia-a-dia para a reforçar”, tendo aludido à célebre frase de Winston Churchill para recordar que “a democracia é o sistema mais imperfeito, exceto todos os outros”. Dando como exemplo Fernão Mendes Pinto e Isabel Martins, nomes incontornáveis da história do concelho e do país, Fernando Ramos apelou à “união, da qual os responsáveis políticos devem ser promotores” e acrescentou que “aqueles que nos sucederem têm a honrada missão de prosseguir nesta senda e fazer mais e melhor”.
Num discurso disruptivo, em que alertou que “a democracia está em perigo” devido a efeitos como “o populismo”, “o ultraliberalismo”, “a manipulação da bolha mediática” ou a negligência dos verdadeiros princípios da causa pública, Emílio Torrão, presidente da Câmara Municipal, manifestou, contudo, uma “inabalável” crença na democracia, nos seus valores, princípios e poderes. Numa mensagem especialmente dirigida aos mais jovens, acrescentou: “Olhem para o futuro com coragem, pois esse é o vosso tempo. Sejam um exemplo de mudança, liberdade e determinação! Desassosseguem! Sejam diferentes e iguais.”
A Sessão Solene da Assembleia Municipal contou também com os discursos de Carolina Aires, da bancada da CDU, de Ana Valente, da bancada da Coligação “Unir Pela Mudança” – PPD/PSD.CDS-PP, de Albertina Jorge, da bancada do PS, e ainda da vereadora da Coligação “Unir Pela Mudança” – PPD/PSD.CDS-PP, Maria João Sobreiro.
A encerrar a Sessão Solene da Assembleia Municipal de Comemoração do 50º Aniversário do 25 de abril de 1974, o Grupo de Cantares “Arroz aos Molhos” do Clube União Musical Recreativo Gatoense, encantou o público presente com a interpretação de temas como “Grândola Vila Morena” e “Traz outro amigo também”, de Zeca Afonso, ou “Somos Livres”, de Ermelinda Duarte.
Na manhã do Dia da Liberdade, em Montemor-o-Velho, perto de 700 pessoas saíram à rua para participar na Caminhada pela Liberdade, no Passeio Familiar em Bicicleta e no Circuito das Freguesias em Bicicleta, enchendo a Praça da República e as ruas da vila de Montemor e do concelho de alegria e vivacidade. A inauguração do conjunto escultórico dedicado ao 25 de abril, da autoria do escultor Mário Nunes e que marca agora a paisagem do Parque Ribeirinho, foi um dos momentos altos do dia, abrilhantado pelas performances artísticas da Afriklave - Escola de Dança e do Estúdio de Dança Nadine Loureiro.
A celebração dos valores de Abril continua no próximo sábado, dia 27, ao ritmo dos talentosos músicos e intérpretes do concelho, com a Filarmónica de Instrução e Recreio de Abrunheira a atuar em casa, pelas 21h30. No dia seguinte, o último de quatro concertos das centenárias filarmónicas no âmbito do programa comemorativo do Dia da Liberdade fica a cargo da Academia Musical Arazedense, que atua no Centro Cultural do Seixo pelas 17 horas.
No dia 4 de maio, a programação encerra com chave de ouro: o concerto Abril 50 no Castelo de Montemor-o-Velho, um espetáculo que terá a participação especial de Sérgio Godinho e que promete ser verdadeiramente memorável, reunindo os músicos da Masterclass e diversos artistas nacionais e locais, numa fusão de várias artes, teatro, dança, poesia e música.
