Livro homenageia “Arazedenses nas Guerras do Ultramar”

A sala da AMA – Academia Musical Arazedense encheu-se para a apresentação pública da nova obra de Manuel Maria dos Reis, mais comummente conhecido por major Reis. “Arazedenses nas Guerras do Ultramar” pretende ser uma homenagem aos ex-combatentes da freguesia e um documento que fica para memória futura. Numa sala repleta de muitos atuais e ex-militares, entidades e muitos amigos do autor, o major Joaquim Pagaimo, que teve a seu cargo a apresentação da obra, reforçou a sua importância, e, recorrendo a excertos do livro, lembrou as virtudes militares – patriotismo, disciplina, coragem, espírito de sacrifício, camaradagem, honra e dever. Antes das intervenções do presidente da Junta de Freguesia de Arazede, Eusébio Campos, e do presidente da direção da AMA, Aurélio Rocha, o major Reis, cheio de orgulho, mas sem perder o humor e a modéstia que o caracterizam, começou por referir: “Não sou escritor e já devia idade para ter juízo. Esta é uma obra que pretende homenagear todos os combatentes da nossa terra”. Ao assumir que “uma obra desta dimensão tem algumas lacunas”, o autor reforçou: “É importante preservar a história dos povos e lembrar aqueles anos 60 e 70 do século passado partiram com o coração nas mãos.” O trabalho, que aborda várias temáticas e apresenta uma recolha de 321 combatentes da freguesia, é uma edição da Junta de Freguesia de Arazede, só foi possível concretizar com os apoios de diversas entidades e empresas e começou a ser preparado em junho de 2015. Para o futuro, o major Reis deseja que “haja alguém com sangue novo que complete este trabalho, bem como seja possível criar na freguesia um monumento de homenagem aos ex-combatentes”. “A guerra nunca acaba para quem se bateu em combate”, concluiu. No encerramento da cerimónia, o presidente da Câmara Municipal, Emílio Torrão, partilhou algumas memórias da sua infância e revelou: “Tenho bem presente na minha memória a guerra que vivi com meus nove/dez anos, recordo-me dos combatentes que os meus pais recebiam em casa e como a guerra os modificava”. Com palavras de elogio e também de homenagem ao major Reis, cuja “dedicação à sua terra é similar à entrega que dedicou à sua atividade profissional”, o autarca montemorense frisou: “Esta obra retrata um período sombrio da história de Portugal que muitos não querem lembrar, mas ao mesmo tempo é também um período de pessoas notáveis, cheias de bravura e heroísmo”. “Arazedenses nas Guerras do Ultramar, traduz algo importante. Dá a conhecer aos mais novos este período, retrata um conjunto de informações que importa perpetuar, bem como revela atos de bravura, honrando os ex-combatentes e as duas famílias”, reforçou. Dirigindo-se ao major Reis, Emílio Torrão, concluiu: “Obrigado por se lembrar de todos aqueles jovens que foram levados para o Ultramar e que perderam a sua ingenuidade à força, por mostrar os seus atos de bravura, por perpetuar na História os arazedenses que prestaram o serviço militar e por mostrar aquilo que de melhor este país pôde mostrar lá fora: os nossos honrosos militares”. Momentos musicais e de poesia, uma participada sessão de autógrafos e um Porto de Honra foram outros dos momentos que marcaram a apresentação pública do livro “Arazedenses nas Guerras do Ultramar”.

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