Montemor-o-Velho estima ter mais de 21 milhões de euros em prejuízos

O Município de Montemor-o-Velho enviou, esta manhã (17 de outubro), à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Centro (CCDRC) e ao Governo um levantamento exaustivo dos danos e prejuízos causados pela tempestade que, na noite do passado sábado, 13 de outubro, assolou o concelho de Montemor-o-Velho e a região Centro.
 
“Mais de 40 colaboradores da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, todos os Presidentes de Junta e as suas equipas, voluntários e particulares fizeram uma recolha exaustiva diretamente junto dos lesados”, informou Emílio Torrão.
 
Agradecendo “o esforço de todas estas pessoas que voluntariamente colaboraram nesta tarefa ciclópica” e que permitiu "cumprir os apertados prazos que nos foram impostos pela CCDR", o autarca montemorense aguarda agora “que o Governo dê uma resposta a estas pessoas”. “Espero que todo este trabalho não tenha sido em vão e que todas as expectativas criadas nas pessoas não sejam frustradas”, acrescentou. 
 
Recorde-se que, domingo, dia 14 de outubro, o Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, esteve em Montemor-o-Velho a inteirar-se dos estragos provocados pela tempestade Leslie na noite anterior. Na ocasião, o ministro revelou ser necessária uma identificação urgente de "todas as habitações danificadas, de todos os prejuízos em empresas, de todos os equipamentos públicos municipais que necessitem de recuperação, bem como dos prejuízos agrícolas”. Inventariação que o Município encetou de imediato com o apoio das Juntas de Freguesia, de voluntários e da população.
 
Desde então foram recolhidos mais de 1500 processos, de habitações permanentes, unidades económicas, equipamentos associativos, recreativos, desportivos e IPSS’s e de infraestruturas e equipamentos municipais danificados pela tempestade Leslie no concelho de Montemor-o-Velho. Prejuízos que ultrapassam os 11,2 milhões de euros, de acordo com a estimativa hoje entregue. Os danos em habitações permanentes chegam a 4,8 milhões de euros e os prejuízos em equipamentos sociais (associativos, recreativos, desportivos e IPSS’s) ascendem a 3,6 milhões de euros. No que diz respeito às unidades económicas concelhias, o valor estimado dos estragos é de perto de 2 milhões de euros. Já nos equipamentos municipais, o valor contabilizado pelas equipas da divisão de obras municipais da Autarquia e que abrange sinalética viária e publicitária, mobiliário urbano, edificado municipal, saneamento e maquinaria pesada é de cerca de 1 milhão de euros.
 
Simultaneamente, está a decorrer um levantamento dos prejuízos sofridos pelos agricultores do concelho, em conjunto com a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, e que, de acordo com os dados já apurados, se estima ultrapassar aos 10 milhões de euros na região do Baixo Mondego. Na segunda-feira, dia 15 de outubro, o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, anunciou, em Montemor-o-Velho, a atribuição de apoios a fundo perdido no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural PDR2020 para infraestruturas, instalações e equipamentos agrícolas e também para perdas em animais e culturas permanentes. Em relação às culturas anuais, o governante informou que os danos estão cobertos pelo Sistema de Seguros de Colheitas, financiado pelo Ministério da Agricultura a 60%.
 
O Presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho aconselha os seus Munícipes a accionarem os seguros de imediato, a fazerem prova fotográfica de todos os danos, sendo certo que nenhum apoio seria concedido a entidades ou a pessoas que estejam cobertas pelo seguro ou onde exista necessidade de seguro obrigatório. Emílio Torrão deixou uma certeza: "Da minha parte, tudo farei para que o concelho de Montemor-o-Velho não seja esquecido nestas horas difíceis."

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