Feira do Ano termina com um surpreendente Tributo a Afonso Duarte

A Feira do Ano fechou com chave de ouro, com 150 músicos, instrumentistas e vozes do concelho e da região a protagonizarem um momento cultural inesquecível de homenagem a um dos vultos da cultura do concelho: o Poeta Afonso Duarte.
 
No palco da Feira do Ano, no dia 10 de setembro, fez-se magia e as palavras de Afonso Duarte ganharam vida, voz, harmonias e cor, num concerto Tributo que recordou os 65 anos de eternidade do poeta.
 
Foi um momento surpreendente que tão depressa não vai ser esquecido pelo muito público que fez questão de estar presente e que não se deixou assustar com uma noite que ameaçava chuva.
 
Na cerimónia de abertura, Afonso Duarte Costa, sobrinho-neto do poeta e presidente da recém-criada Associação Poeta Afonso Duarte, entregou lembranças às entidades e aos representantes das associações participantes e, com palavras de agradecimento e reconhecimento, partilhou com o público como o sonho ganhou forma num momento que pretende “honrar a notável herança cultural e artística” do Poeta.
 
Na ocasião, a vice-presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Diana Andrade, referiu: “Foi em boa hora que o Afonso e a sua equipa desafiaram a Câmara Municipal a juntar-se a este projeto, mostrando a dimensão cultural de Montemor-o-Velho e eternizando um dos nomes que faz parte da nossa história, da nossa identidade”.
 
Ao esclarecer que “todos os anos fazemos uma masterclass para darmos mais experiência e mais riqueza aos jovens do nosso concelho e assim contribuir também para as nossas filarmónicas dotando-as de mais qualidade”, a Diana Andrade reiterou: “Muito obrigada pelo vosso trabalho e a todos quantos tornaram possível realizar este sonho, não só do Afonso mas de todos nós”.
 
“Termos mais de 150 pessoas em palco demonstra que estamos todos muito comprometidos com a nossa história e com a cultura de Montemor-o-Velho
 
Em palco, dirigidos pelo maestro da Academia Musical Arazedense, Tiago Pereira, estiveram os participantes da Masterclass de Sopros e Percussão, oriundos das filarmónicas e orquestra do concelho - Academia Musical Arazedense (AMA), Associação Filarmónica 25 de Setembro,  Associação Filarmónica União Verridense (AFUV), Filarmónica Instrução Recreio Abrunheira (FIRA) e ACRC - Orquestra Ligeira da Carapinheira. Aos instrumentistas juntaram-se o Coro Misto da Universidade de Coimbra, o Coro Vozes de Montemor, o Grupo Folclórico da ACDS da Ereira, Cláudio Dias, que, vestindo a pele de Afonso Duarte, declamou a sua poesia, Sara Travassos e a soprano Carla Bernardino.
 
O espetáculo aconteceu ao sabor da mudança da paisagem, com os quadros etnográficos, e da poesia de Afonso Duarte.
 
A invernia lembrou o rio, a primavera trouxe a lavoura e o verão apresentou as colheitas, numa abordagem musical através da criatividade de Tiago Cordeiro (invernia e primavera) e de Luís Cília (verão), com as interpretações de Sara Travassos e do Coro Vozes de Montemor.
 
Na quarta e última parte do tributo a Afonso Duarte, a criatividade ficou sob a alçada do conceituado compositor Luís Cardoso. A Cantata Afonso Duarte contou com a atuação de Carla Bernardino e o Coro Misto da Universidade de Coimbra, terminando com poema musicado “Rosas e Cantigas”.
 
65 anos depois da sua partida, as palavras e a inspiração de Afonso Duarte continuam a ecoar e a despertar imagens e sensações.
 
Continuar da divulgar a promover um dos nomes maiores da cultura concelhia e nacional é manter viva também parte da nossa história. É continuar a dar força ao nosso desejo de ecoar para além do tempo. “Eu posso lá morrer, terra florida!”, escreveu o Poeta. 

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