Reunião de Câmara incendeia com falta de água

A recente falta de água em algumas localidades do concelho de Montemor-o-Velho dominou a reunião de Câmara de dia 1 de junho.

O colapso da principal captação de água que abastece Montemor-o-Velho, Carapinheira e Meãs do Campo e o "problema com o abastecimento de água em Pereira" registados na passada semana já estão "normalizados". Quem o garante é o presidente da Câmara montemorense, Emílio Torrão.

Elogiando os esforços "inexcedíveis dos Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Velho e de várias corporações vizinhas", a ajuda da Lacticoop e o trabalho dos serviços municipais que, por vezes, "têm de fazer verdadeiros milagres para fazer chegar água aos reservatórios", o edil informou que "há ainda um longo trabalho a fazer durante os próximos anos para transformar esta realidade".

De facto, segundo o autarca, "o sistema de abastecimento de água é muito débil e, como está no limite dos limites, qualquer pequena anomalia faz cair o sistema todo, sendo a sua recuperação extremamente morosa e complexa". Salientando que "esta não é uma situação de agora, mas de há já muitos anos", Emílio Torrão esclareceu que "o sistema de água em Montemor foi construído ao longo dos tempos de improviso" e que o atual executivo "já adjudicou duas captações de água, tantas quantas o executivo anterior fez em 12 anos".

A bancada da coligação “Mais por Montemor”, do PPD-PDS/CDS-PP, foi unânime na solidariedade para com "todos aqueles que não têm água a correr na sua torneira", e no "apreço e agradecimento a todos os que disseram presente neste momento".

Por sua vez, o vereador da CDU, Jorge Camarneiro, manifestou "uma preocupação elevada pela recorrência das situações de falta de água". "É necessário que o Município estabeleça como prioridade principal na intervenção da rede de águas”. Considerando que estas situações "não devem ser utilizadas como questões de arremesso político", o vereador acrescentou ser "importante" que "todos percebessem na realidade o que é que se passa", facto que motivou uma acesa troca de palavras entre o vereador da CDU, os vereadores da bancada socialista e o presidente da Câmara: "é falta de bom senso e ingratidão para com o presidente da Câmara (...) que tem sempre informado toda a gente do que se tem passado", lamentou José Veríssimo.

Esclarecendo que "o vereador Jorge Camarneiro não sabe o que se passa porque não quer", acrescentando nunca ter negado qualquer informação a qualquer membro do executivo, Emílio Torrão sublinhou que continua "a acreditar na mais-valia" do vereador, mas não pode "estar continuamente a sofrer ataques infundados sobre determinadas coisas. A situação está a chegar a um ponto de rutura tal que é quase insuportável viver neste clima", concluiu.

Respondendo ainda à crítica de que o Município não está a investir na água, o edil garantiu dar "prioridade máxima" a este assunto. Contra atacando o aumento do tarifário da água, Emílio Torrão acredita que "as pessoas ainda não tomaram consciência de que a água está cara", tendo verificado, ao longo dos dias críticos de falta de água, "um consumo elevado por parte dos munícipes que às 2 da manhã continuam a regar os seus jardins", alertando os vereadores para a necessidade de "sensibilizar as pessoas para um consumo racional da água".


Fonte: STIC/GAP (11-06-2015)
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince

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