VIVER A HISTÓRIA, SENTIR O PROGRESSO

encontre-se onde a história encontra a natureza

descubra as paisagens de Montemor-o-Velho

Indicadores Estatísticos do Município

 

Montemor-o-Velho Região Sub-Região Município Unidades
Área: 4068.82 2062.4 228.62 km2
Freguesias: 239 118 14 n.º
Demografia Região Sub-Região Município Unidades
População residente, 1991: 1721650 328858 26375 n.º
População residente, 1981: 1763119 329957 27274 n.º
Taxa de crescimento, 1981 - 1991: -2.35 -0.33 -3.3 %
Densidade Populacional, 1996: 72.25 158.41 112.41 hab/Km2
Famílias clássicas, 1991: 570759 110803 9202 n.º
Dimensão média da família, 1991: 3.0 3.0 2.9 n.º
Famílias sem idosos, 1991: 367233 75018 5973 n.º
Famílias com idosos, 1991: 203526 35785 3229 n.º
Percentagem de famílias com idosos no município, 1991: NE NE 35.1 %
Estimativa da população residente, 1996: 1710070 326710 25700 n.º
Distribuição da população residente segundo grupos etários
0 a 14, 1991:
328396 58923 4778 n.º
15 a 24: 263785 51491 3906 n.º
25 a 64: 843044 168565 13194 n.º
65 e mais: 286425 49879 4497 n.º
Indicadores demográficos
Casamentos celebrados, 1996:
10516 2026 141 n.º
Taxa de divórcio, 1996: 1.14 1.66 0.74
Taxa de migração, 1995: 0.7 -0.3 -0.2
Taxa de natalidade, 1996: 9.99 9.76 7.92
Taxa de mortalidade, 1996: 12.12 11.44 11.88
Excedente de vida (N. vivos-óbitos), 1996: -3655 -550 -102 n.º
Taxa de nupcialidade, 1996: 6.15 6.2 5.48
Índice de envelhecimento, 1991: 87.2 84.7 94.1 %
Relação de dependência
Total, 1991:
55.5 49.4 54.2 %
Jovem: 29.6 26.7 28.0 %
Idosos: 25.8 22.7 26.3 %
Indicadores Sociais Região Sub-Região Município Unidades
Saúde
Hospitais oficiais, 1996:
27 13 0 n.º
Centros de saúde, 1996: 86 13 1 n.º
Postos médicos, 1996: 69 13 0 n.º
Farmácias, 1996: 499 113 8 n.º
Postos de medicamentos, 1996: 100 12 3 n.º
Médicos por 1000 habitantes, 1996: 2.9 8.9 0.3 n.º
Ensino
Taxa de analfabetismo, 1991:
14.0 11.2 17.2 %
N.º estabelecimentos ensino básico (1.º, 2.º 3 3.º Ciclo), 1995/96: 3320 484 45 n.º
N.º estabelecimentos ensino secundário, 1995/96: 132 26 1 n.º
N.º escolas profissionais, 1995/96: 53 11 2 n.º
N.º estabelecimentos ensino superior (Público e Privado), 1995/96: 54 20 0 n.º
Alunos matriculados (1.º, 2.º e 3.º ciclo), 1995/96: 224161 40003 2826 n.º
Alunos matriculados ensino secundário, 1995/96: 74483 18180 522 n.º
Alunos matriculados escolas profissionais, 1995/96: 6765 1264 295 n.º
Alunos matriculados no ensino superior (Público e Privado), 1995/96: 55222 27958 0 n.º
Pessoal docente 1.º Ciclo do ensino básico, 1995/96: 6270 987 73 n.º
Pessoal docente 2.º ciclo do ensino básico, 1995/96: NE NE 66 n.º
Pessoal docente 3.º ciclo ensino básico e ensino secundário, 1995/96: 12589 2660 118 n.º
Pessoal docente do ensino superior, 1995/96: 3036 1665 0 n.º
N.º de Publicações, 1996: 202 49 0 n.º
N.º de bibliotecas, 1996: 309 106 3 n.º
Habitação e Qualidade de Vida Região Sub-Região Município Unidades
Alojamentos familiares, 1991: 816048 144521 10602 n.º
Famílias / edifícios: 0.8 1.03 0.9 n.º
Total de edifícios, 1991: 699882 106932 10063 n.º
Total de edifícios concluídos em, 1996: 10209 1363 153 n.º
Total de edifícios concluídos para habitação em, 1996: 7548 1080 119 n.º
Valor da água distribuída (Câmaras e Ser. Municipalizados), 1996: 7679433 1979772 80354 1000$
Consumos de energia
Total, 1996:
5174985 1130646 37299 1000 Kw/h
Domestico: 1282143 293226 16192 1000 Kw/h
Indústria: 2626380 541986 8927 1000 Kw/h
Consumidores de electricidade (EDP)
Domésticos, 1996:
781843 143993 8701 n.º
Industriais: 32375 4584 327 n.º
Parque de telefones - Postos principais
Total, 1996:
593221 119508 6833 n.º
Postos principais
Taxa de crescimento, 1995/96:
5.3 5.4 7.3 %
Economia Região Sub-Região Município Unidades
Total de explorações agrícolas, 1989: 185639 28072 4044 n.º
Total de explorações com SAU, 1989: 185301 28007 4036 n.º
Formas de exploração da SAU
Conta própria, 1989:
498096 43889 6101 Ha
Arrendamento: 149848 10301 3861 Ha
Outra formas: 17461 1066 124 Ha
Taxa de actividade
Total, 1991:
41.4 44.1 40.6 %
Homens: 51.6 53.5 54.1 %
Mulheres: 32.0 35.7 28.0 %
População activa empregada
Sector primário, 1991:
115515 18305 2200 n.º
Sector secundário: 262869 40962 3486 n.º
Sector terciário: 299118 77265 4373 n.º
População com actividade económica
Empregada, 1991:
677502 136532 10059 n.º
Desempregada: 35353 8553 647 n.º
Taxa de desemprego
total, 1991:
5.0 5.9 6.0 %
Homens: 3.2 4.0 3.0 %
Mulheres: 7.6 8.5 11.5 %
População sem actividade económica
Estudante, 1991:
164541 36199 2167 n.º
Doméstica: 170472 28791 3369 n.º
Reformados: 348236 58771 5313 n.º
Outros: 78262 11933 744 n.º
Número de empresas
Total, 1996:
31925 5492 233 n.º
Pessoal ao serviço: 303957 52012 1986 n.º
Empresas por sede
(CAE- REV2) Ind. transformadora, 1995:
18942 3136 299 n.º
Industrias alimentares, das bebidas e de tabaco: 3727 601 88 n.º
Industria têxtil: 2584 437 30 n.º
Industrias do couro e dos produtos do couro: 225 62 29 n.º
Indústrias da madeira, da cortiça e suas obras : 2231 315 26 n.º
Industrias de pasta de papel, cartão e afins - Edição e impressão: 604 125 3 n.º
Fabrico de coque, prod. petrolíferos refinados e comb. nuclear: 210 32 3 n.º
Fabrico de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais: 366 22 0 n.º
Fabrico de artigos de borracha e matérias plásticas: 1615 252 18 n.º
Fabrico de outros produtos minerais não metálicos: 4626 843 82 n.º
Fabrico de máquinas eléctricas e de óptica : 374 81 0 n.º
Fabrico de material e de transporte: 221 31 0 n.º
Indústrias transformadoras não-especificadas: 1296 207 7 n.º
N.º de estabelecimentos grossistas, 1993: 3592 741 20 n.º
N.º de estabelecimentos retalhistas, 1993: 25306 5367 338 n.º
Comércio Internacional declarado por sede dos Operadores
Intracomunitário Expedição, 1996:
436114 89120 2810 1000c
Chegada: 346516 51820 1193 1000c
Extra comunitário Exportação: 80657 12155 NE 1000c
Importação: 68829 10423 531 1000c
Bancos e Caixas Económicas, 1996: 631 120 5 n.º
Companhias de Seguros, 1996: 202 38 0 n.º
Turismo
Total de estabelecimentos hoteleiros, 1996:
274 67 NE n.º
Capacidade de alojamento total: 20512 5391 NE n.º
Total de dormidas: 1645327 454284 NE n.º
Indústrias metalúrgicas de base e de produtos metálicos: 863 11 11 n.º
Finanças Municipais Região Sub-Região Município Unidades
Despesas (média)
 totais, 1994-96:
115943703 15797329 1128900 contos
De funcionamento: 44032593 8224139 538593 contos
de investimento: 41297744 5584212 452651 contos
Outras: 49721502 2988990 137656 contos
Receitas (média)
Totais, 1994-96:
105492073 16922119 1140460 contos
Próprias: 48671519 7543430 306505 contos
Fundo de Equilíbrio Financeiro: 49185962 6350079 634208 contos
Outras: 22183114 3028611 199747 contos

 

Fontes:

Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro

Instituto Nacional de Estatística
Ministério da Educação
Plano de Desenvolvimento Regional 2000-2006 - Portugal

Retrato Estatístico do Concelho de Montemor-o-Velho

Designação do Indicador Valor Unidade Período

Indicadores Genéricos

Área Total

229,0 km2 2002

Freguesias

14 2002

Densidade Populacional

111,4 hab/km2 2001

População Residente HM

25 478 indivíduos 2001

População Residente H

12 329 indivíduos 2001

População Presente HM

24 485 indivíduos 2001

População Presente H

11 637 indivíduos 2001

População Residente HM, em 1991

26 375 indivíduos 1991

População Residente H, em 1991

12 742 indivíduos 1991

Famílias Clássicas Residentes

8 941 2001

Famílias Institucionais

7 2001

Alojamentos Familiares - Total

10 592 2001

Alojamentos Familiares - Clássicos

10 538 2001

Alojamentos Familiares - Outros

54 2001

Alojamentos Colectivos

12 2001

Edifícios

10 051 2001

Indicadores Demográficos

Nados vivos, HM ni108

241 2001

Nados vivos, H

127 2001

Óbitos, HM ni108

291 2001

Óbitos, H

139 2001

Taxa de Natalidade

9,4 permilagem 2001

Taxa de Mortalidade

11,4 permilagem 2001

Taxa de Nupcialidade

4,7 permilagem 2001

Taxa de Divórcio

1,3 permilagem 2001

Taxa de Excedente de Vidas

-2,0 permilagem 2001

Índice de Envelhecimento

192,5 percentagem 2001

Núcleos Familiares Residentes

7 988 2001

Variação População Residente, entre 1991 e 2001

-3,4 percentagem 2001

Actividade Económica

Capacidade de Alojamento dos Estabelecimentos Hoteleiros ni1032

- lugares 2001/07/31

Dormidas em Estabelecimentos Hoteleiros ni1033

- 2001

Taxa de Ocupação dos Estabelecimentos Hoteleiros ni1035

- percentagem 2001

Estada Média por Hóspede em Estabelecimentos Hoteleiros ni1033

- noites 2001

Sociedades Sediadas ni1041

331 2001/12/31

Sociedades do Sector Primário ni1041

5,4 percentagem 2001/12/31

Sociedades do Sector Secundário ni1041

33,2 percentagem 2001/12/31

Sociedades do Sector Terciário ni1041

61,3 percentagem 2001/12/31

Volume de Vendas nas Sociedades Sediadas ni1041

146 502 milhares de euros 2000/12/31

Bancos, Caixas Económicas e Caixas de Crédito Agrícola Mútuo ni1042

9 2001

Depósitos em Bancos, Caixas Económicas e Caixas de Crédito Agrícola Mútuo ni1043

141 267,0 milhares de euros 2001

Crédito Concedido por Bancos, Caixas Económicas e Caixas de Crédito Agrícola Mútuo ni1043

126 605,7 milhares de euros 2001

Crédito Hipotecário Concedido a Particulares

15 561,7 milhares de euros 2001

Obras Concluídas - Total de Edifícios ni120

199 2001

Obras Concluídas - Edifícios para habitação

159 2001

Licenças Concedidas para Construção de Edifícios (Construções Novas)

159 2001

Licenças Concedidas para Construção de Edifícios para Habitação (Construções Novas)

114 2001

Consumo Doméstico de Electricidade por Consumidor

2,3 milhares de kWh 2001

Consumo Industrial de Electricidade por Consumidor

21,1 milhares de kWh 2001

Taxa de Actividade HM, em 1991

40,6 percentagem 1991

Taxa de Actividade HM

43,6 percentagem 2001

Taxa de Desemprego HM, em 1991

6,0 percentagem 1991

Taxa de Desemprego HM

7,4 percentagem 2001

Indicadores Sociais

Médicos por 1000 Habitantes ni1048

o 2001

Farmácias por 10 000 Habitantes

3,1 2001

Hospitais Oficiais

- 2001

Hospitais Particulares

- 2001

Taxa Média de Mortalidade Infantil no Quinquénio

1,8 permilagem 1997/2001

Taxa de Analfabetismo HM, em 1991

17,2 percentagem 1991

Taxa de Analfabetismo HM

13,6 percentagem 2001

Sinais Convencionais e Siglas

Fonte: INE (Última actualização em: 2003.09.01)



Notas
:

ni108: Os valores de nados-vivos, óbitos e casamentos dissolvidos e interrompidos são apresentados segundo a distribuição geográfica de residência.

ni120: O total também engloba as demolições.

ni1032: Os dados apresentados abrangem apenas os estabelecimentos classificados na Direcção Geral do Turismo. A informação apresentada resulta do "Inquérito à capacidade de alojamento e pessoal ao serviço na hotelaria" (semestral).

ni1033: Os dados apresentados abrangem apenas os estabelecimentos classificados na Direcção Geral do Turismo.

ni1035: Os valores relativos à Taxa de Ocupação-cama são valores revistos.

ni1041: Os dados foram obtidos a partir do FGUE do INE que contém dados físicos (número de Empresas / Sociedades) reportados a Dezembro de 2001 e económicos (Pessoas ao Serviço e Volume de Vendas) relativos a Dezembro de 2000. Os valores apresentados dizem respeito a Sociedades em Actividade. O desfasamento, de pelo menos dois anos, existente entre o registo de uma nova unidade legal no FGUE e o carregamento de dados de natureza económica, pode originar o aparecimento de Sociedades com valores nulos nos campos relativos ao Número de Pessoas ao Serviço e ao Volume de Vendas.

ni1042: A informação apresentada exclui o Banco de Portugal e a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo.

ni1043: A informação apresentada exclui o Banco de Portugal e a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo. Nas variáveis referentes aos "Depósitos de Clientes" e ao "Crédito concedido" estão contabilizados os saldos registados no fim do ano, uma vez que se trata de valores extraídos do Balanço dos bancos. Nas restantes variáveis estão contabilizados os fluxos ocorridos durante o ano, uma vez que se trata de valores extraídos da Demonstração de Resultados dos bancos. Todos os valores aqui publicados são comparáveis com os dos Anuários Regionais de 2001.

ni1048: O número de médicos por 1000 habitantes é apresentado por local de residência.

História

 

 A região onde se encontra o concelho foi povoada desde tempos bastante antigos. Há vestígios arqueológicos um pouco por todo o lado, mas é de realçar, pela proximidade com Montemor-o-Velho, o povoado de Santa Olaia, que se situa junto ao cruzamento para a Ereira, e que foi profundamente estudado aquando das obras do troço do IP3. Este povoado foi ocupado desde o Neolítico até à Idade Média, com especial relevo para a época do Ferro (século VIII-VII a. C.), tendo mantido contactos comerciais com fenícios e cartagineses que aqui vinham em busca das riquezas mineiras e deixaram um vasto espólio que está patente no Museu Municipal da Figueira da Foz.
Num outeiro próximo existiu na Idade Média um castelo, que foi destruído por uma investida muçulmana em 1116. Voltando a Montemor-o-Velho, existem vestígios arqueológicos desde a época romana, nomeadamente os achados no sítio da Senhora do Desterro (existiu aí uma villa romana e uma necrópole, tendo sido postas a descoberto algumas sepulturas de tijolo, abobadadas, e moedas do século IV), a lápide de Lúcio Cádio Cela patente no Museu Nacional Machado de Castro em Coimbra, a lápide de Júpiter na Capela da Madalena e os blocos de cantaria reempregados na base da torre de menagem do castelo.
É possível que a povoação de Formoselha, situada na margem esquerda do rio, deva a sua origem a uma villa romana, entre as várias que terão existido ao longo do rio. Da época visigótica ficou uma pedra de ornáto bárbaro-popular, achada no castelo.

Em 711 iniciou-se a ocupação árabe da Península Ibérica. Montemor-o-Velho, porto fluvial-marítimo de grande importância na época, foi alvo de conquistas e reconquistas ao longo dos séculos IX a XII: em 848 dá-se a primeira reconquista cristã de Montemor pelo rei Ramiro I de Leão, que entregou o castelo ao abade João, tendo este resistido nesse mesmo ano ao cerco que lhe fez o califa de Córdova Abd-al-Rahaman. Em 878 Afonso III o Magno ocupou Coimbra procedendo ao repovoamento da linha do Mondego; em 2 de Dezembro de 990 dá-se nova investida dos árabes chefiados por Almançor, que tomam o castelo de Montemor-o-Velho, sendo o seu governo entregue a Froila Gonçalves, descendente do conde portucalense Gonçalo Moniz. Este foi desalojado, no reinado de Afonso V, por Mendo Luz, que o recuperou para os cristãos, passando mais tarde para Gonçalo Vieigas. Em 1026 os árabes voltam a conquistar Montemor-o-Velho, e em 1034 Gonçalo Trastamires recupera-a de novo para os cristãos, ficando seu governador.
Após novas investidas árabes, Fernando Magno, em 1064, conquista definitivamente Coimbra e a linha do Mondego, entregando o seu governo ao conde D. Sisnando, moçárabe natural de Tentúgal. D. Raimundo, governando pessoalmente Coimbra, deu carta de povoação a Montemor em Fevereiro de 1095.
Nesta época o rio fazia a fronteira entre o norte cristão e o sul árabe, tendo sido construída uma linha de fortificações que incluía os castelos de Avô, no rio Alva, Penacova, Lousã, Coimbra, Penela, Soure e Montemor.
Existe uma curiosa lenda popular sobre a origem de Montemor. Conta ela que profunda rivalidade opunha os habitantes de Montemor e Maiorca, pois cada qual considerava a sua terra como colocada no ponto mais alto que a outra. Para irritar os maiorquinos gritavam os de Montemor: "Monte…Mor! Monte…Mor!" ao que os de Maiorca retorquiam "Maior…Cá! Maior…Cá!".
O facto é que em 1212 se denominava Mons Maiores ou Montis Maioris, a que se acrescentou -o-Velho quando D. Sancho I reedificou a vila alentejana de Montemor(-o-Novo).
Já no período da Nacionalidade, D. Sancho I deixou Montemor-o-Velho em testamento à filha, D. Teresa que, com a sua irmã D. Sancha, deram foral à povoação em Maio de 1212. Esta foi crescendo, acompanhando um surto demográfico por todo o Baixo Mondego, com o consequente desbravamento de novas terras para cultivo e criação de novos lugares, como se pode comprovar pela toponímia, que regista numerosos Casais e Póvoas. Para além dos senhorios régios, os terrenos do concelho distribuíam-se pelas principais instituições eclesiásticas da região (Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, Mosteiro de Santa Clara, Mosteiro do Lorvão).
O rei D. Afonso III doou a povoação a sua filha, D. Branca, abadessa de Huelgas e Lorvão. Foi na alcáçova do castelo que no dia 6 de Janeiro de 1355 o rei D. Afonso IV se reuniu com os seus conselheiros para decidirem a sorte de D. Inês de Castro, tendo daqui saído no D. Afonso IVdia seguinte para executarem o plano. Após o cerco de Torres Novas, o Mestre de Avis, D. João, passou por Montemor-o-Velho, onde recebeu as homenagens do alcaide-mor e do povo, tendo seguido para Coimbra onde foi aclamado rei pelas Cortes. D. João I concedeu o senhorio ao infante D. Pedro que aí fez estadia durante algum tempo. O rei D. João II, por testamento de 29 de Setembro de 1495, doou Coimbra como ducado ao filho natural, D. Jorge, incluindo-se na doação Montemor-o-Velho, que ficará na Casa dos Duques de Aveiro até 1759. Foral
Em 20 de Agosto de 1516, D. Manuel I dá foral novo a Montemor-o-Velho; este documento é de particular importância para a análise da forma como se desenrolava a vida das gentes de Montemor nos inícios do século XVI. É também nesta época que se produz uma importante alteração na economia local devido à introdução nos campos do Mondego do milho maíz, trazido da América, e que provocou uma era de prosperidade que se manteve até ao século XVII.
O desenvolvimento do concelho alicerça-se então em três núcleos populacionais: Montemor-o-Velho, Pereira e Tentúgal. Nos seus campos produz-se, para além do milho, o linho e o trigo, cria-se gado bovino e cavalar, constroem-se solares, remodelam-se igrejas e conventos. Deste período destacam-se as figuras de Diogo de Azambuja, Fernão Mendes Pinto e Jorge de Montemor.
A decadência parece ter começado nos inícios do século XVII e continuado no século XVIII; em 1771 a Figueira da Foz é elevada a vila e, consequentemente, o termo de Montemor é diminuído.
Com a introdução da cultura do arroz nos inícios do século XIX, dá-se um novo surto desenvolvimentista. Com efeito, a produção não parará de aumentar, tornando-se uma das principais fontes de riqueza do concelho (em 1923 a produção em 466 ha foi de 700 000 Kg e em 1934 em 1 423 ha foi de 2 135 000 Kg).
Em 1826 o concelho era constituído pelas freguesias de Alfarelos, Brunhós, Carapinheira, Figueiró do Campo, Gatões, Gesteira, Granja do Ulmeiro, Liceia, Vila Nova da Barca, Alcáçova, S. Miguel, S. Salvador, S. Martinho e Madalena. Com a reestruturação administrativa de 1853, o concelho tomou a forma quase definitiva: foram extintos os concelhos de Verride, Santo Varão, Cadima e Tentúgal e integradas no concelho as freguesias de Arazede, Liceia, Pereira, Santo Varão, Reveles, Verride, Vila Nova da Barca, Meãs do Campo e Tentúgal. Em 1928 foi criada a freguesia da Abrunheira (por extinção de Reveles), em 1943 é a vez da criação da freguesia de Gatões (por desmembramento de Seixo de Gatões) e em 1984 é criada a freguesia da Ereira (por desmembramento de Verride).


Turismo
São variados os motivos para efectuar uma visita pelo concelho: o destaque vai para os núcleos históricos de Montemor-o-Velho, Pereira e Tentúgal.
No património natural menção para a Reserva Natural do Paul de Arzila e o Paul do Taipal, onde se podem observar variadas espécies animais no seu habitat, especialmente as aves que procuram estes santuários para procriar.
Na gastronomia a ementa é variada. Recomenda-se o arroz de lampreia, o sável frito, as aves de capoeira, com destaque para o pato assado ou de cabidela, a sardinha na telha acompanhada da indispensável broa. Na doçaria a referência obrigatória vai para os doces conventuais: pastéis de Tentúgal, as queijadas de Pereira e de Tentúgal, os papos de anjo e as barrigas de freira, a que se juntam as não menos famosas e saborosas espigas doces de Montemor-o-Velho, as papas de moado e o arroz doce. Para saborear estes petiscos existem numerosos restaurantes e, para pernoitar, existe uma Residencial em Montemor-o-Velho.
Os amantes de desporto têm à sua disposição um Centro de Alto Rendimento, um centro equestre, uma pista de BMX, vários pavilhões desportivos e polidesportivos descobertos, podendo praticar patinagem, basquetebol, voleibol, atletismo, futebol, petanca, hipismo, rugby, tiro, ciclismo, pesca, canoagem, entre outros desportos.

Fontes:
INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, 2001 (Resultados Definitivos)
Montemor-o-Velho um Município a Conhecer (CD-ROM Interactivo)
Augusto Santos Conceição - Terras de Montemor-o-Velho, 1944
Correia Góis - Montemor-o-Velho. A Terra e a Gente, 1995
Maria Helena Cruz Coelho - O Baixo Mondego nos Finais da Idade Média, 1983
Nelson Correia Borges - Coimbra e Região, 1987

Localização

Situado no centro de Portugal, o concelho de Montemor-o-Velho pertence ao distrito de Coimbra. Com uma área total de 229km2 distribuída por 11 freguesias, faz parte do Baixo Mondego, uma região privilegiada em destinos turísticos com grande valor cultural, histórico, paisagístico, desportivo e social.

Tem como concelhos limítrofes Cantanhede a N, Soure a S, Condeixa-a-Nova e Coimbra a E e Figueira da Foz a W. A sede de concelho dista 16km da Figueira da Foz, 25km de Coimbra, 145km do Porto e 225km de Lisboa.

As principais vias de comunicação rodoviárias que o atravessam são a EN 111 e a A14; é ainda atravessado pela linha do Norte com extensão à Figueira da Foz via Alfarelos.

 

Os extensos arrozais oscilam ao sabor das estações acompanhando os sinais de mudança e o Castelo, seguro, contempla os ventos do progresso.

Visitar o concelho de Montemor-o-Velho é descobrir a ancestralidade de um povo e descortinar pistas para um futuro pleno de desenvolvimento.

 

Montemor-o-Velho, onde a história encontra a natureza!



       

 

Agenda Cultural

« Julho 2024 »
Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30 31